Janot entrega bomba ao STF
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Prezados colegas,
Foi deflagrada nesta quinta-feira, 18 de maio, mais uma fase do caso
Lava Jato, especificamente a partir de investigações que correm perante o
Supremo Tribunal Federal. O sucesso desta etapa, contudo, tem um gosto amargo
para a nossa Instituição.
Há três anos, revelou-se um esquema criminoso que estarrece os
brasileiros. As investigações realizadas pelo Ministério Público Federal e
outros órgãos públicos atingiram diversos níveis dos Poderes da República em
vários Estados da Federação e, aquilo que, até então, estava restrito aos
círculos da política e da economia, acabou chegando à nossa Instituição.
Exercer o cargo de Procurador-Geral da República impõe, não poucas
vezes, a tomada de decisões difíceis. Nesses momentos, o único caminho seguro a
seguir é o cumprimento irrestrito da Constituição, das leis e dos deveres
institucionais. Não há outra forma legítima de ser Ministério Público.
A meu pedido, o ministro Edson Fachin determinou a prisão preventiva do
procurador da República Ângelo Goulart Villela e do advogado Willer Tomaz. A
medida está embasada em robusta documentação, coletada por meio de ação
controlada. As prisões preventivas de ambos foram por mim pedidas com o
objetivo de interromper suas atividades ilícitas. No que diz respeito ao procurador
da República, o mandado de prisão expedido pelo STF foi executado por dois
procuradores regionais da República com o auxílio da Polícia Federal. Também
foram realizadas buscas e apreensões em seus endereços residenciais e
funcionais. Foi pedido ainda o afastamento do procurador de suas funções no
Ministério Público Federal. Determinei também sua exoneração da função de
assessor da Procuradoria-Geral Eleitoral junto ao TSE e revoguei sua designação
para atuar na força-tarefa do caso Greenfield.
O membro e o citado advogado são investigados por tentativa de
interferir nas investigações da referida operação, que envolve o Grupo J&F,
e de atrapalhar o processo de negociação de acordo de colaboração premiada de
Joesley Batista.
A responsabilidade criminal do procurador e dos demais suspeitos
atingidos pela operação de hoje será demonstrada no curso do processo perante
os juízos competentes, asseguradas todas as garantias constitucionais e legais.
Como Procurador-Geral da República, cumpri meu dever institucional e
adotei as medidas que a Constituição e as leis me impunham.
Sigamos confiando nas instituições republicanas.
Rodrigo Janot
Aldeni Soares
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