NORDESTINO, TRABALHADOR, POBRE, QUE DEIXOU UMA ESPOSA GRÁVIDA E UMA LACUNA NO CORAÇÃO DA CORPORAÇÃO MILITAR PAULISTA*

*Edivaldo Pedro dos Santos*

Mais um nome que se transformou em número. 

Não mereceu sequer uma tira nas manchetes do G1, ou uma chamada no Jornal Hoje.

Não mereceu um discurso inflamado de algum militante no congresso. 

Não foi lembrado com rosas em alguma praia. 

Não foi digno dos comentários incisivos de algum congressista. 

Não houve luto oficial. Não houve silêncio. Não houve nada. 

*Edivaldo Pedro dos Santos*

Não era um estudante de 33 anos em uma turba em Goiás. 

Não era um menor de idade que roubou um carro em um condomínio de São Paulo. 

Não era um turista com um nome exótico que teve sua carteira roubada nas praias do Rio de Janeiro. 

Não era um famoso que fez algo insignificante mas relevante o suficiente para uma matéria de capa de Jornal.

*Edivaldo Pedro dos Santos*

Era apenas um jovem, pai de uma criança de 07 meses ainda em gestação. 

Era apenas um nordestino morador do litoral paulista. 

Era apenas um homem que saia para trabalhar quando foi assassinado. 

*Edivaldo Pedro dos Santos*

Era apenas um *POLICIAL MILITAR*.

Talvez por isso não mereça destaque por parte daqueles que se importam mais com o ibope de suas matérias, de que com a vida de um *NEGRO, NORDESTINO, TRABALHADOR, POBRE, QUE DEIXOU UMA ESPOSA GRÁVIDA E UMA LACUNA NO CORAÇÃO DA CORPORAÇÃO MILITAR PAULISTA*

Enfim, ele era apenas um *POLICIAL MILITAR*.

Aldeni Soares

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